Lei Maria da Penha

Polícia prende diretor financeiro do Singeperon após denúncia de violência doméstica em condomínio de Porto Velho

Vítima apresentava lesões no rosto e no pescoço, segundo registro policial


A manhã ainda nem tinha esquentado quando uma guarnição do CPA entrou no Condomínio Jardim Mediterrâneo, em Porto Velho, para averiguar uma denúncia de violência doméstica. Eram cerca de oito horas desta quinta-feira, 21 de novembro, quando vizinhos, incomodados com horas de discussão e temendo pelo pior, chamaram a polícia para a casa de número 2.

Lá, segundo o registro feito na Central de Flagrantes, os policiais encontraram a moradora, Fernanda Dias de Matos, com marcas aparentes nos lábios, no rosto e no pescoço. Mesmo assim, ela disse que nada havia acontecido e que estava sozinha. Quem conhece a rotina dos conjuntos residenciais da capital sabe que, quando a vizinhança se mobiliza, é porque o clima passou dos limites. Os moradores contaram aos policiais que as brigas do casal começaram ainda de madrugada.

Diante das lesões e da recusa da moradora em permitir a entrada da equipe, os policiais insistiram na verificação. Pouco depois, surgiu do interior da casa Willians Fernando da Silva, policial penal do Estado de Rondônia, que admitiu apenas uma discussão motivada por ciúmes. Antes disso, conforme consta no relatório, ele teria tentado se esconder da guarnição, o que levantou suspeita de possível tentativa de fuga. Por segurança, e seguindo a orientação da Súmula Vinculante n.º 11 do STF, os policiais usaram algemas ao detê-lo.

Willians que também é o atual Diretor Financeiro do Sindicato dos Polícias Penais de Rondônia – SINGEPERON, informou que mantinha em casa uma pistola Taurus TS9, calibre 9mm, com um carregador e 17 munições. Todo o material foi apreendido e encaminhado à Central de Flagrantes.

Fernanda foi conduzida para receber atendimento e registrar o ocorrido. O relatório policial aponta que ela não possui histórico de agressões anteriores relacionadas ao autor e que não demonstrou interesse em solicitar medida protetiva. A moradora, mãe de uma criança de 10 anos de outro relacionamento, afirmou ainda que o filho não presenciou a confusão.

O caso segue para análise da autoridade competente, que deve avaliar as circunstâncias da prisão e os encaminhamentos previstos na Lei Maria da Penha.